domingo, 24 de novembro de 2013

(2013/1378) Por favar em beijos...

Olavo Bilac














Virgens mortas

Quando uma virgem morre, uma estrella apparece,
Nova, no velho engaste azul do firmamento,
E a alma da que morreu de momento em momento,
Na luz da que nasceu palpita e resplandece.

O' vós. que, no silencio e no recolhimento
Do campo, conversaes a sós quando anoitece,
Cuidado! - o que dizeis, como um rumor de prece,
Vae sussurrar no céo, levado pelo vento

Namorados, que andaes com a bocca transbordando
De beijos, perturbando o campo socegado
E o casto coração das flores inflammando,
- Piedade! ellas veem tudo entre as moitas escuras...
Piedade esse impudor offende o olhar gelado!
Das que viveram sós, das que morreram puras!






OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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