Depois de termos tomado o pathos sacerdotal como "a" expressão religiosa, subsumindo a ele todas as demais expressões sócio-psico-culturais que se poderiam classificar de religiosas, como se apenas o modus faciendi sacerdotal pudesse ser realmente considerado religioso, ainda caímos em novo buraco conceitual, outra vala terminológica: a subjetividade emotiva das renovações espirituais cristãos dehá alguns poucos séculos... A soma do leito sacerdotal com as águas subjetivas radicalizou nosso entendimento do que seria religião...
É de se lamentar.
A pergunta que deixo registrada é se podemos pensar em uma forma de religião que seja radicalmente diferente desse modelo: primeiro, que ela não caísse na vala comum da subjetividade emotiva; segundo, que ela não se deixasse aprisionar em dogmas estupidificantes; terceiro, que ela não tivesse a arrogância de pretender ter as respostas; quarto, que ela não legitimasse a própria condição da ignorância com a chancela da emoção e das lágrimas...
Será possível?
Será necessário?
Será desejável?
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Um comentário:
Talvez o senhor não esteja mais falando de religião, professor. Mais que ser todas essas coisas, ela teria que encontrar meios para continuar sendo essas coisas depois de dar de cara com o mundo real corruptor.
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