Quando eu digo eu, eu digo eu, e quando eu digo meu corpo, eu digo meu corpo, o que significa que eu não me identifico com meu corpo, eu trato o meu corpo como uma posse minha, algo que eu possuo, que é meu - e, todavia, o corpo não é nosso, nós é que emergimos desde o mais profundo de seus ossos e tutanos...
Que coisa impressionante: uma consciência que emerge do cérebro-corpo e que não se identifica com o cérebro-corpo, mas o toma como um "algo" que lhe pertence...
Não admiro nem um pouco das doutrinas anímicas - é absolutamente compreensível e, dada a insuficiência de informações que se tinha sobre cérebro e corpo, lá e então, absolutamente lógico que se postulasse que algo além do corpo, algo a quem o corpo pertence, algo que pudesse usar adequadamente a expressão "meu corpo", existisse para além do corpo.
Depois da sensação de a Terra estar parada e o Sol a girar em volta dela, essa sensação da alma é o segundo maior equívoco - absolutamente compreensível - da história humana...
Um deles, já aceitamos com tranqüilidade...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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