Por que achas que essa casa é sua?, essa terra?, esse chão?
Mostro-lhe o papel escrito, assinado e carimbado.
Por que cuidas que esse papel te diga que essa casa é sua?
Mostro-lhe minha cara de estupefação pela sua estultícia...
Serei gentil com você, ele me diz, e diz: em meia hora, um povo mais forte que o teu invade a tua terra, rasga o teu papel e te põe na rua...
E, depois, ele acrescentou: é apenas um jogo, um jogo frágil, jogo de concordâncias, assentimentos, protocolos - mas não perca de vista que tudo isso é frágil: a qualquer momento, a força bruta rasga todos os acordos e voltamos, todos, para o dia dos homens brutos...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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