Hoje, em sala de aula, tivemos uma conversa franca e honesta sobre teologia, dor, doenças, Deus, perdas... Não, nada parecido com catequese ou "aconselhamento" religioso. Pelo contrário...
Encarar a vida de frente, sem véus. Reconhecer que os vermes e as bactérias que nos comem e nos levam aos hospitais e à cova são seres vivos a fazerem conosco o que fazemos com o boi - não há nada de propriamente "teológico" aí - é nossa visão humano-centrada e nosso egoísmo biológico que nos encantam essa narrativa de diabos e que tais...
O fato de, na sala, estarmos com pessoas em situação de doença, de dificuldade, hospitalizadas, fez a conversa mais séria, mais profunda e respeitosa, conquanto sem escamoteações...
Lembramo-nos que, enquanto chorávamos nossas dores, crianças eram estupradas, pessoas, mortas, herbívoros eram devorados na África - impassível é o curso da Vida, a despeito de nós...
Ao final, o que disse foi: apenas devemos estar atentos para o fato de que a teologia não acaba aqui - ela começa é aqui: antes disso, tudo não passa de Escola Bíblia Dominical.
Com o vento frio da realidade a bater na cara, agora, sim, está na hora de começar a fazer teologia...
A partir desse enorme vazio.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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