domingo, 22 de setembro de 2013

(2013/1101) Sombra e água de quê? Sobre exegese, autor e contexto


Márcia Souza, Priscila Tossani, João Paulo de Souza, Ana Sardinha, Renata Fernandes Braga, Jouberto Ribeiro, Willian Paiva e todos os alunos da TE mais todos os meus alunos de exegese...

Vejam essa imagem. Trata-se de uma frase de Vagner Da Silva Carlos, postada há poucos minutos. Transcrevo-a:

SOMBRA E ÁGUA DE COCÔ - em Praia de Copacabana.

Pois bem - como entender a frase, sem recorrer - NECESSARIAMENTE - ao que o Vagner quis dizer? Sim, eu osso mandar o Vagner às favas e escolher o sentido que eu quiser... Mas, se eu quero entender o que o Vagner quis dizer, pergunto: sozinha, a frase me explica isso?

Não!

Ele quis dizer "sombra e água de coco", mas, porque escreveu errado, escreveu cocô, eu entendo errado, se eu ler certo?

Ou, antes, ele foi criativo, e, em relação às águas poluídas da praia, brincou com o ditado e escreveu, realmente, o que está escrito? "sombra e água de cocô", isto é, sombra na areia e água de cocô no mar?

Só há um jeito de eu saber - perguntando...

Mas eu posso construir uma hipótese com base nos indícios e elaborar uma interpretação plausível. Em lugar de postular que ele escreveu errado, postular que ele escreveu certo e que se refere- anaforicamente - às águas poluídas da praia, que, todavia, não está no texto, mas no contexto, dado pelo indicativo do meio da mensagem: "um Praia de Copacabana"...

Penso que a exegese é desafiadora. Quem acha que se resolve exegese com o pedaço de papel que está na mão, sem recorrer ao contexto e a quem escreveu, a despeito da dificuldade gigantesca do empreendimento, cansou cedo demais do trabalho...







OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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