Há teóricos que gostam de desmaterializar a questão da verdade. Estratégias não faltam, desde usar o termo racionalidade para todas as dimensões da vida - racionalidade técnica, racionalidade expressiva, racionalidade normativa, para fazer de tudo isso uma só e a mesma coisa, no fundo, até aqueles que simplesmente se tornam budistas não confessos e tratam a realidade como ilusão...
Casos como o dos ataques químicos na Síria são ilustrativos para as conseqüências da desmaterialização da verdade. Houve ataque químico? Houve acidente químico? Foi o Governo sírio o responsável? Foram os "rebeldes"?
Não há materialidade na verdade - assumamos, como querem os pragmatistas e neo-pragmatistas. Façamos o seguinte, então: votemos. Decidamos no voto se houve e o que houve e, com bombas, como resolver a questão...
Em lugar de investigação séria, dispendiosa e politicamente inútil, na prática (não se vê o Iraque?), decida-se na purrinha, nos dados ou no famoso consenso discursivo público...
Quanto a mim, continuo a preferir que, em assunto sobre o conceito de verdade, o real seja, sobretudo, o principal elemento crítico.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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