Vou dizer de novo: o Cristianismo não é uma religião de perdão. Tecnicamente falando, teologicamente falando, o Cristianismo é uma religião de expiação da pena, de execução do condenado, de cobrança da dívida - ainda que faça toda a expiação, toda a execução e toda a cobrança caírem sobre o Cordeiro (judaísmo inflacionado), a doutrina nada tem a ver com perdão, mas com sentença.
O perdão é um dos inúmeros fetiches do cristão. Psicologicamente, basta observar a sanha de castigo e condenação que se manifesta na alma cristã para observar-se que o fundo da psiquê cristã sabe que não há perdão - há castigo.
Nesse caso, o que a sanha condenatória cristã faz é negar que a expiação do Cordeiro valha para João ou Maria, com o que se pode, então, desejar que sejam esfolados vivos...
Houve tentativas de construir uma plataforma de perdão. Parece que camadas antigas do NT o reconhecem - por exemplo, perdoar o irmão 70 x 7. Mas essa camada não foi incorporada à Teologia cristã - ela permanece como apócrifa.
Outra tradição, mais antiga, é posta também na boca do Cristo - inutilmente: ele diz à mulher adúltera que não a condena (isso, depois de décadas de teologia paulina do sangue necessário para a salvação).
Outra tradição, mais antiga, é posta também na boca do Cristo - inutilmente: ele diz à mulher adúltera que não a condena (isso, depois de décadas de teologia paulina do sangue necessário para a salvação).
A despeito dessas interferências, o que prevaleceu na doutrina foi a cruz como altar e o corpo morto de Jesus como Cordeiro - o Judaísmo sacerdotal venceu e Deus, agora, cobra sangue de cada um - se não for o do Cordeiro, será o seu mesmo...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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