Na condição de teólogo (clássico), seja de direita, seja de esquerda, o agente é - sempre - um representante da elite. Sempre. Ainda que ele nasça no meio dos pobres e oprimidos, para adquirir o cabedal e a estrutura epistemológicas próprios e necessários à libertação - fatalmente transporá os liames da elite. No campo religioso, então, em que o sujeito é alienado de si, de sua condição humana de alienação e da condição de mito de sua cosmovisão e fé, o enquadramento do agente teológico como membro da elite e de uma elite que, incontornavelmente se mantém acima da massa é incontornável...
A única condição de o agente teológico deixar sua condição de elite é empoderar a massa com a informação necessária para a sua desalienação: e isso, senhores, não conheço agente teológico que o faça. Mesmo os agentes de esquerda, aumentam sua "utilidade" libertária no aprofundamento da condição alienada do religioso - quanto mais o sujeito religioso acreditar que é Deus que o libertará, tanto mais útil o papel do agente libertário...
Não acredito que a libertação de alguém possa vir por meio da religião: porque a religião em si é alienadora. De modo que o discurso de libertação em lábios de agentes teológicos soa-me algo cada vez mais constrangedor...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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