sábado, 23 de fevereiro de 2013

(2013/159) A tênue linha que separa a imaginação da mentira


1. O fundamentalista clássico está livre de um pecado - ele acredita mesmo naquilo. Não, ele não faz que acredita, porque, então, ele seria é um cínico hipócrita redundante. Mas ele é fundamentalista, não cínico: ele acredita de verdade. É seu pecado, é verdade, mas, nesse sentido, é seu perdão.

2. O problema é a linha de baixo...

3. O sujeito não é fundamentalista... mais. Talvez ele tenha crido um dia. Talvez não. Mas, agora, ele mais ou menos que sabe que a coisa toda é o que é, uma grande invenção psico-cultural, histórico-sociológica, uma interminável sucessão de mitos que se engendram uns aos outros no palco das políticas do mundo...

4. Não estou aqui dizendo que as religiões são isso. São, mas estou me referindo ao sujeito que pensa dessa forma, que entendeu que a religião é isso - e que, todavia, não leva esse entendimento até sua consequência coerente...

5. Ele ainda joga o jogo...

6. Então, você entra na nave e observa a cena...

7. Não se está mais diante de uma plateia fundamentalista - mas de uma espécie de circo, no qual o adestrador sabe que tem diante de si gatos, e os doma como se fossem tigres, e eles rugem como se fossem, e o adestrador se faz de santo, e deus, e homem-medicina, e sabe que tudo não passa de uma grande encenação...

8. Se a isso não chamarmos de mentira, com que respeito denunciaremos a mesma mentira encenada na TV e na política mundiais?

9. Os homens creem, Osvaldo!, você dirá. E eu responderei - e todos os cidadãos, também, cada qual, em seus políticos - o que faz da sociedade humana um circo de mentiras, mas não faz do jogo religioso uma mentira melhor...




OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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