
1. É dar-se conta de que aquela corda que sai da mão do xamã não existe senão na minha adesão ingênua ao discurso...
2. É, então, arma-se de coragem e arrebentar com essa e com todas as cordas de igual tessitura e calibre, origem e propósito...
3. Elas se partem facilmente, e jazem soltas pelo chão.
4. Estamos livres...
5. Livres para, por nós mesmos, fustigarmos nosso ar com nossa própria corda...
6. Nós mesmos, amarrarmos as cordas nos deuses...
7. Para que, foi a pergunta que nos fizemos, precisamos de xamãs, quando os deuses estão aí, ao alcance da mão?
8. Muitos não podem se fazer a pergunta...
9. Outros, dar a resposta...
10. Mas não me parece essa a cena mais relevante e reveladora.
11. É outra.
12. É aquela em que, com a corda na mão, ele mesmo a amarra ao pé dos deuses...
13. E ele (ou ela) tinha a própria corda na mão...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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