(2013/117) De fracassados e das hostilidades do Facebook

1. Esses dias, alguém, comentando alguma coisa que escrevi no Facebook, sugeriu-me a condição de "fracassado" - algo assim: esses fracassados que só sabem falar mal de... 

2. Estou a pensar nisso há três dias...

3. Só há um jeito de sabermos se somos ou não fracassados ou bem-sucedidos: se tivermos um projeto traçado.

4. Não tenho um. Não um específico. Tenho um geral. No geral, até aqui, falta pouca coisa para eu me considerar realizado. Envolve muito mais meus filhos do que eu mesmo... Se contarmos apenas eu e Bel,  não nos saímos nada mal...

5. Mas o geral é o geral.

6. Não tenho nenhum plano específico. Não planejei chegar à Universidade xis, ou a ter tantos mil - quanto menos milhões - em conta corrente, ou a ter um carro de 250 mil dólares, ou uma coleção de 25 mil livros... Não fiz plano específico algum. Só vivi, tomando decisões à medida que as decisões se impunham.

7. Acho que grande parte de nós, a maioria, faz assim - vai vivendo. Alguns, a minoria, criam um plano e seguem por ele.

8. Não sei dizer o que a pessoa tinha em mente quando sugeriu "fracasso".

9. Talvez interprete como "inveja" as críticas que faço a teólogos e pastores, ou talvez tenha se sentido ofendida - foi uma mulher - e reagiu de modo hostil (hostilidade é uma marca do Facebook - quando atingidas de algum modo, as pessoas reagem de modo hostil).

10. Pobre criatura. A vida de muita gente deve ser muito triste. 

11. E quanto a fracassos ou sucessos, são muito relativos. Há quem tenha 10 reais e viva feliz e há quem tenha 10 milhões e viva triste...

12. Uma coisa sei - fracasso ou sucesso os medirei por minha própria régua e a partir de meus próprios critérios...

13. E, nesse sentido, diria que não estou de todo satisfeito - ainda há que fazer. A isso se chama vida.

OSVALDO LUIZ RIBEIRO