1. Foi publicada, há algum tempo, em Correlatio. Analisei, parágrafo a parágrafo, com lupa e pinça, a última conferência pública de Tillich - O Significado da História das Religiões para o Teólogo Sistemático. Dez dias depois, ele morreria. Dois meses depois, eu nasceria. O que isso significa? Nada. Mas a conferência é de 12 de outubro de 1965. Aos 22 de outubro, ele morre. Aos 22 de dezembro, eu nasci. Não quer dizer nada.
2. Mas li com atenção e zelo. Uma questão me perseguia: estão fazendo de Tillich um "teólogo fenomenológico" - ele o é? Como era sua última conferência, ali seria o melhor lugar para decidir como ele estava pensando antes de morrer.
3. Pois bem - deixo aos leitores julgarem a conferência e minha análise da conferência. Minha resposta à pergunta é: não, Tillich não é um teólogo fenomenológico, conquanto use a retórica da fenomenologia, use figuras de linguagem e de expressão apropriadas para o público universitário. Mas Tillich é, ainda assim, um teólogo clássico, ontológico, mitológico, metafísico - de um jeito tão "de fronteira", que, se desse mais um passo, deixaria de ser um teólogo metafísico.
4. Mas não deu.
5. Foi o maior teólogo das Américas. Mas não foi um teólogo "novo". Tinha, é verdade, todavia, uma linguagem nova: uma forma de dizer com linguagem da Fenomenologia (das Religiões) a sua concepção mítica de Deus.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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