1. Um só, e muito simples, mas, lamentavelmente, estrutural: na Igreja, trabalha-se para "Deus", para a "fé", para a "verdade", para a "doutrina". O homem não foi feito para o sábado, mas o sábado para o homem, é o que foi dito, mas não ouvido. Há sábado demais na Igreja.
2. O próprio "Deus", na "Igreja", é um sábado. Em nome desse sábado-Deus, violentam-se pessoas. O que devia ser bom, torna-se mau.
3. A fé é sábado. A fé transformou-se em jargões tautológicos e ridículos, comerciais e sem sal. Mas as pessoas de fé são aquelas que enfiam a cabeça nesse sábado da "Igreja".
4. A única salvação que vejo para a "Igreja" é ela confessar seu pecado e, deixando de servir a "Deus", à "fé", ao "dogma", a "Jesus", a quem ou ao que quer que seja, passe a servir às pessoas - começando por libertá-las. Ser livre é poder ir. Se não se pode ir, não se é livre. Ponto. Aí, falar de liberdade, é cinismo.
5. Mas já ouço as argumentações: assim, a Igreja acaba. Pois, senhores, se a Igreja é, antes que serviço às pessoas, serviço a "Deus" e outro tanto de mistificações políticas - qual a sua verdadeira utilidade?
6. Não estou falando de passar a servir mais pessoas, enquanto se mantém tudo como está. Não estou falando de campanhas de caridade ou beneficência. Fique claro: minha fala aqui é radical - é mudar a auto-compreensão que se tem de Igreja, de fé, de doutrina, de Deus, de Jesus - fazer passar todos esses símbolos pelo crivo do serviço aos homens e às mulheres. Sem negociações. Sem "metáforas" edulcoradas.
7. Porque todo aquele que diz amar a Deus e aborrece ao seu irmão - é mentiroso. Logo, o critério, senhores, não é Deus, nem a doutrina, nem a verdade, nem a fé: o critério, senhores, o único critério, são elas, as pessoas. Mais nada.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
3 comentários:
Boa mestre! Como sempre: simples e direto.
Abraços!
Diego Stallone
Amém!
Ah, quem dera se todos que tem ouvidos ouvissem o que o Espírito diz às igrejas! :)
Sou realmente grato por ter dito isto - 'as pessoas são o único critério' - tantas vezes em sala, professor.
Forte abraço! Saudades!
É a vantagem de não se ser clero. O clero é um peso. O quê? Não tem clero nas nossas igrejas... Ah, não sabia...
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