1. Um post simples, apenas para marcar posição - para compartilhar com os leitores um arroubo de fim de dia, fim de uma segunda-feira fria e melancólica... Como sabem, estou lendo Hegel, Marx e a Tradição Liberal, do "H"istoriador (com "H" maiúsculo, sim) Domenico Losurdo (vêm da Itália e são "marxistas" meus dois historiadores prediletos [Losurdo e Ginzburg]), e, agora, nesse instante, acabo de ler essa declaração que faz de mim um co-irmão desse Hegel descrito por Losurdo:
Hegel celebra todas as revoluções que marcaram o nascimento e o desenvolvimento do mundo moderno (p. 139).
2. E eu também, Losurdo!, e eu também! E que bom saber que não estou sozinho... Certamente que Hegel não se deixava tomar por ingenuidades idealistas - sabia da condição concreta da vida. Mas, tanto quanto ele, eu não vejo, em nenhum outro momento de nossa história - salvo aqueles tempos míticos (até "bíblicos") das "origens" douradas, em que as pessoas viviam, nos termos descritos, tal qual quase como vivemos hoje - mas com uma diferença substancial: não tinham Internet!
3. Assim, Hegel sabe que não são os dias modernos os dias perfeitos, e estão longe de serem o que deles dizia Cândido - "vivemos no melhor mundo possível", e isso mesmo depois de lhe comerem, literalmente, uma nádega! Todavia, não obstante não serem - e não são mesmo - os dias "mais" perfeitos, aos meus olhos são - de longe - os melhores que já vivemos a humanidade em seu conjunto. E podem melhorar!
4. Se não sei das drogas, das guerras, de Hiroshima, de Ruanda? Claro que sei. E isso faz desses nossos dias dias também muito profundamente terríveis. Todavia, em nenhuma outra época, a despeito de termos também os meios para nos destruirmos a todos indistintamente, tivemos igualmente os meios de transformarmos as nossas raças isoladas em uma família planetária, irmã e solidária.
5. Não, não será fácil - tampouco é certo... Entretanto, é nisso que acredito, é por isso que vivo, é para isso que escrevo: para celebrar esses dias incertos, mas, nem por isso, promissores. Dias em que nasceu, pela primeira vez, a Humanidade.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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