quarta-feira, 1 de junho de 2011

(2011/322) Não era melhor, então, inventar outro nome para "essa" verdade?


1. Um trecho de Jung Mo Sung:

Não haverá um cristianismo de libertação sem que haja um pensamento teológico crítico que reflita criticamente a experiência de fé e práticas sociais de libertação, além de criticar a idolatria que move a sociedade atual. Muito já se escreveu sobre teoria ou um pensamento crítico, por isso, quero mencionar aqui somente alguns aspectos de um pensamento teológico crítico que penso serem importantes para o cristianismo de libertação.

O primeiro é a consciência de que o oposto da verdade não é o erro ou a falsidade, mas sim a "injustiça dos homens que mantém a verdade prisioneira da injustiça” (Rom 1,18). Não estamos falando aqui sobre a verdade em termos da ciência, que trabalha com o binômio "afirmação correta X a errada”, mas sim em termos da "verdade que liberta”, no sentido da verdade que realiza o sentido humano da vida, o que deveria ser, versus a mentira que mata.


2. Se "verdade" não é aquela velha verdade (eu diria: verdade não é bem verdade, é outra coisa, é outro tipo de relação), por que, então, usar a palavra "verdade"?

3. Não será porque a tradição neotestamentária, posto que pré-crítica, chamava de verdade justamente o que, em termos críticos, não se trata realmente verdade? À "verdade" neotestamentária podemos chamar de mito, de fidelidade, de amor/caridade, de paixão - mas de "verdade", em termos críticos, duvido.

4. Porque nos tornamos atualizadores da terminologia bíblica, mas em projetos pós-bíblicos, estaremos fadados a transformações semânticas para fundamentar nossos projetos pós-bíblicos na Bíblia?

5. Não seria bem mais fácil assumir que se trata de projetos novos, pós-bíblicos, em muitos aspectos, melhores do que os antigos, por melhores que fossem, com o risco, é verdade, mas assumido, de tornarem-se piores do que os antigos, por piores que tenham sido? Mas quem há de crer em nossa pregação, se não formos à Bíblia?



OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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