quinta-feira, 12 de maio de 2011

(2011/280) Confesso: minha mística inteira passa por aqui - phisis, biologia, matéria, vida: BBC: "o que Darwin não sabia"


1. Minha paixão teológica - sim, teológica - está na contra-mão. Não é a massa humana, nem mesmo a "comunidade", nem mesmo o "outro". Minha mística não passa (mais?) por aí. Eu entendo Levinàs - mas acho que se pode chegar a um bom termo com ele - ética - sem a mística que ele propõe. Desnecessária, como fundamento (onde já se viu: "Deus" como fundamento do amor ao outro!). E, quanto às "comunidades", tenho minhas profundas dúvidas na "terapia" pastoral/teológica que se pratica... Muitas.

2. Por favor, não me interpretem mal. Não se trata de desvalorizar a outridade. Não. Por favor, não! O que eu estou dizendo é que a minha mística não passa pelo outro - passa pela natureza, enquanto mistério aberto, flor impudica e noturna... A ética, o amor, o respeito, para mim, está resolvido na República. Não preciso de argumentos quaisquer para jogar o jogo. Não há mística, mais, onde as regras estão dadas, a luz, clara, o jogo, escancarado. Só se mistificamos o outro, se o tornamos fetiche, se o idealizarmos: o "outro" virou uma idéia, uma catarse - como sempre o fora o "Outro". Divinizar o "outro" é desencarná-lo... Minha mística não precisa disso. O outro está nu diante de mim, na sua exigência de respeito. Ponto. Ele começa e acaba aí.

3. Mas o real... O real é, para mim, Mistério... Mas não é mistério que afasta, de medo: é mistério que atrai. E como eu quisera meter-me de cabeça nesse poço...






















OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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