1. Moolaadé - um filme explêndido, escrito e ditrigido por Ousmane Sembene. Num vilarejo africano, uma população agora convertida ao Islã vê-se envolvida num conflito tradicional - a "excisão" das meninas, mutilação ritual e tradicional, em que as genitais femininas são cortadas. Quatro meninas fogem de suas mães e pedem "santuário" (asilo "sagrado") a uma das residentes da vila, nisso confiadas pelo fato de que esta não teria permitido que sua filha sofresse a mutilação tradicional. A partir daí, uma série de conflitos explode - entre as mães das crianças, que insistem na tradição, entre as sacerdotizas, entre os maridos, os anciãos, chegando até a própria filha não-mutilada, que passa por crise de rejeição e identidade. Uma história densa, forte, crua, tratada de forma cinematograficamente impecável e lúcida, sem necessidade de recorrer à exposição quase pornográfica da violência gratita, com o que, todavia, não se perde, por um segundo, a tensão: não se consegue respirar, a cada avanço do enredo.
2.Um dado relevante - o conflito gravita em torno de... rádios! Sim, rádios que, a julgar pela aparência, são da década de sessenta. As mulheres da vila têm rádios, através dos quais ouvem músicas francesas e têm acesso a informações do mundo. O filme, então, põe sobre a mesa de discussão o papel libertador das informaões, e de como o poder, seja ele qual for, pequeno, grande, islâmico, evangélico!, treme de medo da informação, porque a informação os põe nus.
3. A frase que me marcou é a declaração das duas mulheres, na cena de enfrentamento das sacerdotizas - "a esperança fez nascer a coragem"! Imperdível.
4. Lamentavelmente, é falado em árabe, e as legendas encontram-se em italiano - o que não impede que o filme seja compreendido e apreciado.
2.Um dado relevante - o conflito gravita em torno de... rádios! Sim, rádios que, a julgar pela aparência, são da década de sessenta. As mulheres da vila têm rádios, através dos quais ouvem músicas francesas e têm acesso a informações do mundo. O filme, então, põe sobre a mesa de discussão o papel libertador das informaões, e de como o poder, seja ele qual for, pequeno, grande, islâmico, evangélico!, treme de medo da informação, porque a informação os põe nus.
3. A frase que me marcou é a declaração das duas mulheres, na cena de enfrentamento das sacerdotizas - "a esperança fez nascer a coragem"! Imperdível.
4. Lamentavelmente, é falado em árabe, e as legendas encontram-se em italiano - o que não impede que o filme seja compreendido e apreciado.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Um comentário:
Acabei de ver a parte II do filme...tô curtindo muito.
Valeu pela indicação.
filmes dessa qualidade que deviam passar em nossos cinemas.
Valeu
Joeblackvan
Amanha irei ver cinema da Malásia no CCBB...vale a pena...raridades e raridades de qualidade.
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