quarta-feira, 23 de junho de 2010

(2010/423) Conhecimento, biologia e pós-modernidade


1. É impressionante como Platão fez escola. Mesmo Descartes, que força ele fez para sair da armadilha, e, no entando, tão enredado ainda esta - "penso, logo existo"... Há pelo menos dois mil e quinhentos anos, trata-se o conhecimento como coisa fantasmática, anímica, não-material, não ecológica, exógena, extra-terrestre, metafísica, ectoplasmática, celeste. A foice da morte cindiu o corpo da terra, e separou, de um lado, a matéria, do outro, o espírito. O conhecimento foi etiquetado: coisa do espírito... Quem passa pela prateleira da Filosofia lê a etiqueta, anota, aprende e repete...

2. Enquanto isso, a Vida esfrega na cara da gente que conhecimento é relação biológica entre o ser vivo e o meio, é a capacidade sine qua non de mapeamento do ecossistema, logo, faculdade situada e fechada, material, biológica, telúrica, corpórea - e corpórea mesmo quando psicológica!

3. Deixem-me dizer-lhes o que é a pós-modernidade: Platão redivivo, despido de mitologia velha, e recoberto de trapos de mitologia nova. Tem-se mesmo que arrancar os olhos da cara para enxergar-se o que ela diz estar "aí"... E o pior: você "vê"... E pensar que qualquer ameba sabe mais do que qualquer pós-moderno convicto. Ou não é pós-moderno...


OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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