sábado, 20 de fevereiro de 2010

(2010/141) Da arte de contorcer o entorno


1. Meu sentimento de que isso é reprovável é meramente um sentimento. Eventualmente, quem age assim, vai ver, está é certo. Trata-se daquela forma de atitude, de ação, de reação, que em tudo está pronta para "trazer para si" o que acontece ao redor. O que quer que se diga, você usa para si, em função dos seus interesses. O que quer que se faça, você usa para si, em função dos seus interesses. Um jogo de tentativa de controle de todos os elementos da cena, desde as palavras, até as pessoas. Não é o jogo em si que interessa, é você, e você faz e fará de tudo para jogar o jogo - de preferência, como coach.

2. Insisto - trata-se de um sentimento meu, que desgosta profundamente dessa prática. Todavia, há um lado admirável nessa mania: é a concentração em si, no sucesso de sua performance, de seus interesses. Talvez a vida esteja aí mais pujante do que nos ambientes que eu apreciaria, mais contidos, mais civilizados, menos agressivamente personalistas. De modo que não condeno a prática - apenas desgosto dela. Mas, cá entre nós, o impala há de gostar da aproximação do leopardo?, a gazela, da aproximação do guepardo?


OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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