1. Desde há dez mil anos - vinte "histórias do Brasil" (numa delas, talvez a gente "acertasse"!), extinguiram-se (foram extintos!) os tatus e "falsos tatus" gigantes, animais próprios da América do Sul. Em Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul (Brasil), foram encontradas muitas "paleotocas" deles. Elas chegam a ter dois metros de diâmetro e dezenas de metros de extensão. Algumas vezes estão cheias, logo, obstruídas, de restos de enxurradas, mas algumas são encontradas vazias e desimpedidas, ainda (ler reportagem aqui).
2. Os tatus gigantes são gliptodontes (cf. a foto acima do exemplar em exibição no Museu de História Natural de Milão). No Piauí, viviam exemplares de Pampatherium humboldti, "do tamanho de asnos (100 a 200kg)", como informa a página da Fundação Museu do Home Americano. Mas eles eram menorzinhos, em relação aos gliptodontes, conforme informa a mesma fonte:
Glyptodon e Panochtus
Eram falsos tatus com carapaça óssea rígida, não articulada. Eram tão grandes quanto um Volkswagen "Fusca" e podiam pesar mais de 700 kg. Alguns possuiam uma bola espinhosa na ponta da calda, utilizada como uma massa para defender-se. As placas ósseas de suas carapaças eram muito espessas ( 3 cm) e tinham motivos geométricos que permitem distingui-los. Se deslocavam lentamente e se alimentavam de plantas aquáticas. Os conhecemos até faz 8.000 a 9.000 anos. Glyptodon e Panochtus pertencem à família dos Glyptodontídeos, exclusivamente americana e totalmente desaparecida. As espécies da Serra da Capivara, presentes em pequena quantidade em todos os sítios, são Glyptodon clavipes e Panochthus greslebini. Juntas representam 5,5% da megafauna da Barra do Antonião.
3. Do tamanho de um Fusca! Vejam só... Mas, e se o Fusca for de brinquedo?, daqueles de plástico, comprados na feira? Ah, então teríamos o menorzinho dos tatus - o pichiciego argentino! (Chlamyphorus truncatus), com seus incríveis 10 a 15 cm de comprimento. Ele vive em poucas regiões da Argentina, praticamente enterrado sob a areia e a terra árida, onde vive à custa de comer insetos, larvas e raízes.
4. Tudo indica que os humanos, há cerca de dez mil anos, exterminaram os tatus gigantes. Restaram os tatus "normais" e, ainda mais escondidos - praticamente desconhecidos -, os mini-tatus. Parece que, nesse caso, ser pequeno fez toda a diferença...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Um comentário:
O homem sempre mostra o seu desapego à natureza que forma sua própria constituição. A mastofauna gigante, característica das Américas bem anteriores a Colombo e sua turma (lá se vão entre 18 e 13.000 aninhos)foi aniquilada pelos homens recem chegados da ásia.
Nesta que se conhece como teoria do Overkill diz que, o homem, quase que exclusivamente carnívoro, mata uma determinada presa (pensem no "tatu gigante")e toda a sua tribo se alimentaria bem da carcaça (já que os clãs eram tanto quanto diminutos). Devido à grandiosa quantidade de caça, este homem esbanja, e se alimenta apenas de partes nobres, desprezando o restante da carcaça (imagine matar um boi e se alimentar apenas da picanha, desprezando o restante da carcaça).
Assim foi o homem e sua gula por partes nobres, e os pobres gigantes, que não conheciam tais predadores esbanjadores, se foram na fome dos homens recentemente americanos famintos por partes nobres.
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