sábado, 16 de janeiro de 2010

(2010/046) A velha discussão: falar ou agir


1. Em certo sentido - mas apenas em certo sentido -, há alguma razão em se distinguir entre falar e agir. Nunca é sempre a mesma coisa, porque há inúmeros modos de falar e outros tantos de agir, mas quero me referir aqui àquela velha crítica dos "ativistas" contra os "de gabinete": que adianta falar, falar, falar, e não fazer nada...? De fato...

2. Seja aceita crítica: há faladores inveterados. Fala-se, isto é, escreve-se, isto é, pensa-se, constituem-se na forma de "homens de gabinete", de sala de aula, mas não de "comunidade", isto é, de encarar-se como um protótipo de Jesus, ou Gandhi, ou Madre Teresa, ou Luther King... Eu mesmo não sou nada disso. Sento em frente ao PC, escrevo. Chego a frente da classe, e falo. Deito no sofá, e leio. À semelhança de outros, não sou um modelo de "ação comunitária".

3. Geralmente, quem tende à crítica a essa (também minha) inação são aqueles - poucos, é verdade - que "se consideram" ativistas, seres de "comunidade", seres de "ação". Isso, por si só, já seria controvertido, porque, a meu ver, o engajamento é muito mais do que a autopromoção do engajamento...

4. Mas o que eu vim aqui escrever é o seguinte: que os ativistas "ativem-se", e que os seres pálidos de biblioteca, se enfiem entre livros. Assim, estes não finjam um engajamento inexistente, enquanto aqueles não finjam - nem que agem nem que pensam.


OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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