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2. E, quando viu, viu que seríamos deicidas, porque logo descobriríamos as ciências, que ele, enquanto criador de criaturas barulhentas, criava criadores da solidão e do silêncio tumulares. Viu-nos nus, por dentro, e soube que o mataríamos em breve...
3. E nos amou de tal modo que nos fez uma mulher, uma para cada um, se não somos cruéis e déspostas, e as fez primorosas e deliciosamente esculturadas, e nos deu a sorte de perambularmos pelas savanas, e darmos de cara com seus corpos e suas almas. Nessa ordem.
4. E ele disse, naquele dia. Pronto. Quando me matarem, as minhas criaturas, estará tudo bem, porque ter-lhes-ei dado um pedaço de mim, u'a mulher a que amarem, a quem entregarem a dor de sua tragédia.
5. E foi assim a manhã e a noite que interessam. As outras, a memória há de apagar.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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