1. 1 Re 22. O profeta descreve um céu que ele vê. Lá estão: um Yahweh a querer saber como fará Acabe se dar mal, uma corte de "elohins", à semelhança de uma corte de oficiais de Davi, e, entre todos, ele, ruah - o espírito profético personificado.
2. Nos termos da visão, Yahweh quer que alguém engane o rei, e o faça subir contra a cidade, para a atacar e lá, quem sabe, morrer. Como nenhm 'elohim dá qualquer sugestão, o "espírito" - em hebraico, haruah, inconfundível, incontornável, inexorável - aproxima-se e diz que ele enganará Acabe, tornando-se um espírito de mentira na boca dos profetas do rei...
3. Todavia, o tradutor traduz "um espírito". Está, obviamente, sob todos os critérios possíveis, errado. Se o hebraico não leva artigo, pode-se traduzir de qualquer jeito, eventualmente: ruah, sem artigo, pode ser, dependendo do contexto, tanto espírito, quanto um espírito, quanto o espírito. Mas, se tem artigo, e, ali, tem, então só pode significar "o espírito".
4. Mas o tradutor acha que esse "ruah" é o Espírito Santo cristão - porque, sendo cristão, ele roubou para si a Bíblia Hebraica, que não é cristã e nada sabe de "Trindade". Como, na passagem, esse ruah, que ele acha que é o Espírito Santo da Trindade, diz que vai ser um espírito de mentira na boca dos profetas, a saída que o tradutor vê é não traduzir o que está escrito, alterando o sentido do texto biblico, para não ferir a "fé": "o espírito" vira "um espírito". quer dizer, um espírito qualquer, não o Espírito Santo... Agora, o tradutor pode vender sua Bíblia e dormir feliz. Mas a Bíblia foi traída...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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