2. "Imagine o seguinte acontecimento: dois ministros de Estado de um grande país latino-americano – um deles candidato a presidente nas próximas eleições – viajam a Washington para um fórum econômico de cúpula que reúne os assessores para Segurança Nacional dos EUA, Jim Jones, e o para Assuntos Econômicos Internacionais, Michael Froman, além de 20 representantes de algumas das maiores empresas e grupos financeiros dos dois países, como Coca-Cola, Motorola, Cargill e Citibank. O presidente norte-americano Barack Obama decide prestigiar o evento, dele tomando parte por cerca de meia hora.
3. À saída, não apenas o ministro-candidato anuncia o 'forte apoio' de Obama à intensificação do comércio entre os dois países e ao combate mútuo ao protecionismo, mas o próprio presidente dos Estados Unidos, que a princípio não deveria se pronunciar (na verdade, sequer costuma participar de reuniões desse tipo), faz questão de dar uma declaração, na qual enfatiza a importância da relação bilateral entre os dois países.
4. Desnecessário dizer que, em linguagem diplomática, o 'gesto espontâneo' de Obama tem significado claro: sinaliza a primazia do tal país latino-americano como parceiro regional. Como a confirmar tal significado, ato contínuo o influente Council on Foreign Relations divulga nota em que sugere olhar o tal país latino-americano 'como intermediário em questões de segurança regional', pois ele 'está aprendendo a equilibrar diplomacia comercial e política de modo sem precedentes'"
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Nenhum comentário:
Postar um comentário