segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

(2008/91) Política e pesquisa


1. Do Nassif, hoje: "quem faz política não consegue fazer jornalismo" (Luís NASSIF, O novo peso do Brasil, 08/12/2008, 8:34 (disponível aqui). De fato, de fato. Mantida a flexão do aforismo, valeria dizer o mesmo para a pesquisa, para a exegese, para a nova teologia crítica: quem faz política não consegue fazer pesquisa...

2. Aí, há quem há de retrucar, mais do que depressa - positivismo! Mas não se trata de positivismo, não, mas de pragmática. Política, nos termos em que Nassif se expressa, trabalha em causa própria, é, literalmente, "vontade de poder" a trabalho do próprio poder, dos próprios interesses, doa a quem doer. Pesquisa, o equivalente a "jornalismo" na expressão de Nassif, é heurística, é investigação crítica, doa a quem doer - inclusive se a dor se instalar no coração da própria pesquisadora, do próprio pesquisador.

3. E não é outro o caso da pesquisa pela nova teologia, a teologia-ciência, inexoravelmente não-confessional, logo, pragmaticamente não-política: a "antiga", como a "alquimia", tem que morrer, para que a nova, como a química, venha à tona. Ah, sim, de certo modo, saída de dentro da "antiga", qual broto da semente - mas para além da simples metáfora, para muito além da mera analogia...


OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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