quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

(2019/037) O desejo e o erotismo em Cântico dos Cânticos: uma leitura histórico-social - curso online interativo


Se você clicar na imagem acima, será direcionado/a ao site da Faculdade Unida de Vitória, que oferece institucionalmente o curso anunciado. Eu gravei o curso, e ele é oferecido formalmente pela Unida. É um curso interativo: durante o tempo em que você assistir ao vídeo pré-gravado, poderá encaminhar perguntas ao professor (nesse caso, eu), que as responderá. O curso faz jus a certificado, caso se conclua pelo menos 75% de sua carga horária, que é controlada pelo próprio sistema.

Sou suspeito para falar, porque sou o professor do curso. Mas você não lerá nem ouvirá em nenhum outro canto o que ouvirá nesse curso. A leitura que faço do livro bíblico, Cântico dos Cânticos, é diferente das que comumente se encontram na literatura. Não é que eu goste de ficar inventando leituras, muito pelo contrário, porque não sou nada pós-moderno, acredite, e essa história de que cada um lê como quiser não me encanta. Sou um exegeta histórico-crítico, e o que eu digo encontrar no livrinho é o que eu acho que realmente o autor (ou a autora!) quis dizer. Mas vai ver estou errado...

O livro de Cântico dos Cânticos não é um livro sobre amor, desejo e sexo. Ele tem amor, tem desejo e tem sexo. Aliás, muito. E mais: com detalhes. A "lua de mel" do casal é descrita em detalhes. Mas o tema é político-teológico. Trata-se da questão da autonomia (da mulher, naturalmente), e por isso a questão do desejo, já que o desejo foi tratado pelos religiosos judeus da época como a prova de que a mulher viveria em constante estado de condenação pela divindade: Eva, uma maldita... O livro se insurge contra isso frontalmente. A Amada recusa-se a admitir que seu desejo seja expressão de maldição e condenação. No final, a Amada vai dar três reboladas bem dadas e o Amado cai de quatro, literalmente, arfando de desejo, ocasião em que ela nos olha nos olhos e, invertendo de propósito Gênesis 3,15, diz: eu sou do meu amado, e o desejo DELE o traz a mim! Ela argumenta que o desejo a toma tanto quanto toma seu homem, de sorte que o vento que venta cá, venta lá, e maldita é a...

É um texto extremamente inteligente, sofisticado, mesmo "moderno", porque ele começa, volta para o passado, retorna ao ponto do começo, e segue normalmente, como muitos filmes modernos fazem. E foi escrito para ser encenado, de sorte que não há narrador.

Não tratarei de tudo isso no curso. Só um aperitivo.

Sirva-se.






OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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