1. O título "pastor" e o título "pai" ("padre") são títulos usados na relação "religiosa" (na verdade, política) entre líderes de comunidades de fé e os membros dessa comunidade...
2. O título "pastor" era usado pelos reis do Antigo Oriente - desde, pelo menos! - Hamurabi. O famoso Sl 23 nada mais é do que um salmo real escrito na forma de uma metáfora do rei-pastor (por isso, a mesa na presença dos inimigos)...
3. Compreendo que se usasse, à época. O rei usava o título de pastor como retórica demagógica: eu cuido de vocês, em troca, vocês "cuidam de mim". O sistema, em si, não é negativo - mas deu naquilo que se pode ler em Amós, por exemplo: opressão.
4. Não me admira que o termo tenha sido usado. É uma pretensão de "cuidado", mas uma pretensão de cuidado tão carregada de poder pelo uso monárquico do termo que eu não duvido que esse sentido de fundo estivesse presente na manutenção do termo.
5. Penso que, em termos políticos e éticos, o termos pastor e o termo ovelha estão desgastados e não deviam ser usados mais.
6. A relação de cuidado, numa sociedade democrática (por isso a manutenção da metáfora "reino de Deus"?) deve se dar em relações de igualdade, no empoderamento dos menores, na autonomização das relações pedagógicas...
7. Gente não é ovelha. Não precisa de cajado. Não precisa de vara. Nem em metáfora.
8. Precisa de educação -e não, certamente, a "religiosa"...
9. Os pastores precisam, definitivamente, libertar suas ovelhas...
10. A começar de si mesmos.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Um comentário:
Estes seres humanos ...
Viciados em líderes opressores.
Pena que depois que a dependência é criada a abstinência pode até matar.
Será que este beco tem saída?
Saudações
André
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