sábado, 1 de setembro de 2012

(2012/659) Do grandiíssimo Elias e dos assassinados profetas de Baal


1. Se eu acredito que Elias fez de fato ou, se fez (mas duvido), que foi bem-sucedido? O quê? Aquela história do altar, de descer fogo do céu, queimar tudo e até a água?... Não, não acho que a coisa tenha se dado do jeito que ali se conta e encanta, da mesma forma como não se verá um milagre ao vivo, e, se for dito que se viu, guardarei o direito de duvidar do milagreiro e da testemunha, seja uma, sejam quinhentas, porque de quinhentas testemunhas entende bem Paulo...

2. Agora, eu não vou dizer que as Escrituras só guardam invencionices e crendices - ainda que disso, ela esteja e está cheia. Eu estou disposto a crer, e até não chego a duvidar de que, não Elias sozinho, claro, que ele sozinho não abateria a viúva de quem pediu o pão, mas Elias e um bando de fanáticos tenham abatido os profetas ditos de Baal e derramado muito sangue.

3. Por quê? Pela simples razão de que as histórias de milagres, santos e relíquias do Cristianismo são tudo quimera e fantasia, mas as carnes queimadas, as unhas arrancadas, os corpos violados, as línguas queimadas, cortadas e laceradas, as mortes e mais mortes cristianíssimas são, todas, tim tim por tim tim, bem críveis e reais.

4. Lá e cá.



OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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