Biafra - Sonho de Ícaro
1. Pode ser que se voe em bandos, levíssimos, cada um com seu companheiro, aguardando o dia em que sopre o vento e leve a todos para o destino de voar, voar e pousar em boa terra.
2. Pode ser voar solitário, com asas como de papel e seda, planar suave, como que dirigindo-se para aonde se quer ir, surfando o ar, em busca de onde pousar os pés...
3. Pode ser com asas, pode ser com hélices, catapultados, vomitados ou golfados, disparados ou lançados à distância, uma, várias, pode ser de todo modo - um imperativo: voar, e um objetivo: achar nossa casa, achar onde viver, crescer e morrer, depois de pôr no ar outros tantos aviõezinhos de brinquedo e sonhos...
4. Sim, sim, alguns sentem vertigens - a altura... Mas é preciso partir, seguir em frente: nesse caso, fazem-se marujos, e, em lugar dos ares, as águas... Outros, ainda, aproveitam-se de oportunidades mais concretas, e cavalgam os campos às costas - ou um pouquinho mais dentro - de tantos outros seres vivos. E tudo para quê? Pôr os pés onde crescer, viver, amar...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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