quarta-feira, 18 de março de 2020

(2020/028) (Quando) um orientador (é) inútil

É um paradoxo, aqui certamente exagerado. Quando você orienta trabalhos acadêmicos de mestrado, você tem dois extremos. Nos dois casos, a sensação que fica é que você, orientador, é um pouco inútil.

Um extremo: o orientado é extremamente bem formado. Ele praticamente caminha sozinho. Você mais faz correções de rumo do que orientação. No final, você olha para o TCC e reconhece (exagero?) que tem pouco trabalho seu ali, salvo ter lido duzentas vezes cada seção...

Outro extremo: o orientado teve uma formação extremamente ruim. Por mais que você escreva, corrija, observe, advirta, o orientando está em seu limite, e o tempo não permite que ele aprenda o que deveria ter aprendido no Ensino Médio. 

Moral da história: o orientador parece ter alguma funcionalidade na linha média. Com alunos medianos, a gente consegue dar a impressão de que realmente orienta. Para os dois extremos, alunos extremamente bem formados, e alunos extremamente mal formados, seu trabalho é praticamente inútil. Ao menos é a sensação que fica. Exagero?






OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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