sexta-feira, 6 de março de 2015

(2015/237) O estado mental do homem e da mulher da Bíblia, após ter os sacerdotes assumido o poder em Judá


A condição psicológica da mulher e do homem judeus de então, mas principalmente da mulher, cujo aviltamento era sem nenhuma dúvida maior do que o sofrido pelo homem, mede-se facilmente por Maria, a Maria de Lucas. Lucas nos diz que Maria toma Jesus nos braços, ele tem oito dias, a Lei diz e ela aceita, porque não é mais a Lei, foi sua avó a dizê-lo, foi sua mãe, foi a mãe de sua avó e a avó dela, uma fila interminável de mulheres a repetir a Lei, que filho nascido de mulher imunda imundo é, imunda ela, por conta de seu sangue imundo, imundo ele, por contado do sangue imundo dela, e ela acredita nessa bobagem toda, bobagem monstruosa, para a qual nos pedirão respeito, zelosamente, acadêmicos e religiosos, entre genuflexões e lágrimas, mas uma bestialidade sem nome, uma bestialidade tornada santa, um pecado, uma tara, uma perversão, ela acredita nisso, ela se sabe, vê e sente impura, e ela olha para o imundinho de oito dias, a porcaria suja de uma semana e mais alguma sujeira, e ela sente a imundície da criatura que seu sangue apodrecido de mulher, sangue de útero, de vagina, sangue de pecado, sujou e ainda suja, e sabe que Yahweh não pode comungar com a imundície de mulher imunda nem com filho imundo de mulher imunda, Maria-imunda, Jesus-imundo, e lá vai ela, como fora sua avó, como fora sua mãe, carregando dois passarinhos, levá-los ao homem santo, ao homem de Deus, que vai matá-los e dar o sangue a beber ao deus-que-bebe-sangue... E ela, então, estará limpa... Um pouco. Não de toda. Ainda estará marcara eternamente por esse vermelho sem perdão, essa marca de Caim, que o rito logo perderá o efeito e Yahweh tornará a lembrar que ela fede.












https://www.facebook.com/osvaldo.l.ribeiro/posts/796423100438262

OSVALDO LUIZ RIBEIRO

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Sobre ombros de gigantes


 

Arquivos de Peroratio