segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

(2015/168) Ego

O dia em que eu decidir fazer algo por uma questão de ego, de "alimentar o ego", farei algo que atinja milhares de pessoas, e, se possível, milhões.

No início do milênio, quando assumi a coordenação de um curso de teologia, houve quem achasse que era um cargo sensacional - havia quem matava por ele, acreditem! Eu nunca o considerei como nada além de caminho para pôr pão à mesa.

Quando concluí o doutorado, a mesma coisa: não significa nada além de ter cumprido um ritual e possuir, agora, condições de pôr melhores pães à mesa.

Quando escrevo, e sei que menos de uma centena de pessoas leem, não tenho a menor intenção de "alimentar o ego". Escrevo por uma necessidade de escape - os pensamentos ficam girando no oco do crânio e, das duas uma: ou os ponho no papel, ou os recalco. Ponho no papel. É apenas uma necessidade fisiológica, que, convenhamos, traz mais aborrecimentos do que alegrias, se eu for medir pela repercussão.

Sei que desagrado a gregos e troianos. Quisesse eu alimentar o ego, escolheria um lado, ou os gregos ou os troianos, e escreveria como se costuma fazer - para o auditório.

Mas escrevo é para mim mesmo. Escrevo (quase) tudo que penso. Escrevo enquanto penso. Escrevo reativamente. Escrevo intuitivamente. Mas, sempre, por uma necessidade fisiológica...

Se místico eu fosse, e não sou mais, eu acho, diria que o Facebook foi criado pra mim...









OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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