terça-feira, 6 de janeiro de 2015

(2015/042) Não se capitula diante da morte...

É tão simplório o raciocínio que acha que aceitar a morte como a parte natural da vida, a sua irmã, digamos, é dar à morte a vitória ou tratá-la como "a" deusa... Há que se ter paciência com quem tem dificuldade de ver, ouvir e pensar... Não se trata de capitular, porque não há equivalência entre nós e a morte. Capitular se capitula diante de um igual, de algo que se possa mover, mudar, modificar. Não se capitula diante do curso do Sol, porque não está à nossa disposição o poder de alterar um centésimo de milímetro a sua rota. Assim é a morte. Não se trata de perder ou ganhar. Ela sequer é alguma coisa além de um processo criativo, como o desgastar-se de rochas e o esfarelar-se das pedras. Em nós, a apodrecimento das formas, a decomposição dos formatos. Não há nada que se possa fazer quanto a isso.

Pelo menos não ainda...

E, certamente, não com ladainhas ou mitologias...








OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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