Quando eu me converti à fé batista, tornei-me um "evangelizador". Sim, acreditem. Batia de porta em porta e pregava na praça. Ninguém sabia, à época, era um segredo meu, mas eu tinha muito constrangimento e vergonha. Era tudo muito contrário à minha educação: invadir a casa dos outros, o espaço público, e encher os ouvidos das pessoas com religião. Mas eu acreditava que Deus queria aquilo - e lá ia eu, dolorosamente, constrangidamente...
Anos depois, passada a fase, descobri que o mesmo acontecia com Izabel Ribeiro. Ela também sentia horrores na alma de ter que fazer aquilo - e ela fazia bem, acreditem! Nós dois, sofridos e sofrendo, e fazendo o que achávamos que era nosso dever diante de Deus fazer...
Hoje, sabemos que tudo não passa de uma questão psicológica, sociológica e política. Nós cremos no que as pessoas dizem para nós em nome de Deus. E o que ela disser, está arriscado a fazermos, dependendo de nosso grau de adesão psicológico-sociológico a ela.
Por isso esse tipo de religião é perigoso. Se se cai na mão de um homem mau, de uma mulher ruim, pode-se fazer o diabo - em nome de Deus.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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