Uma perda de tempo criticar o conteúdo dos mitos. Diante deles, só a ironia e o sarcasmo refinado. A crítica acadêmica eu reservo para o jogo em si - o jogo chamado religião-e-teologia. Não há salvação para esse jogo que não seja assumir-se como invenção e jogo, sem escamoteações.
A manutenção do jogo na forma clássica é, para mim, um despropósito - ópio indiscutível na veia:na própria ou na dos fieis.
A transformação da retórica do jogo em metáfora me soa uma desonestidade infinita com os fiéis - porque eu NUNCA vi uma comunidade, cujo líder adota, pessoalmente, essa saída, ter consciência disso: para a comunidade, quando se fala de ressurreição, está-se falando de coisa semelhante a abrir a geladeira ou pisar em um prego...
Depois do XIX, essas duas saídas me parecem fugas da realidade - seja por ignorância e teimosia, seja por cálculo.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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