A desgraça é quando o teólogo dana a falar sobre Deus e o Diabo como coisas em si, como grandezas reais para além das representações da cultura (ele está a pregar, senhores!) e não como seres de espírito que habitam a cultura humana, o mundo das ideias criadas pela espécie. Nem Deus nem o Diabo são estáveis nas suas representações: desde a sua invenção até hoje, sofreram inúmeras transformações, amalgamentos, excisões, de sorte que o que deles se pensava há dois mil anos, mil, quinhentos, não era a mesma coisa que é hoje. E mais ainda, não são pensados da mesma forma em todas as comunidades - na prática, há tantas representações de Deus e do Diabo quantos sejam os grupos político-religiosos analisados.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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