Quando, em conversa informal, sequer em ambiente acadêmico estávamos, eu "critiquei" certa posição de Heidegger, isto é, quando eu ousei dizer alguma coisa de que certo interlocutor discordava, mandou-se-me estudar. Ora, estudar é obrigação de todos e é tarefa inacabada sempre e também para todos.
Quero ver, agora, mandar Mészáros voltar para a escola...
"Heidegger, por exemplo, define a importância de Marx da seguinte maneira: 'porque Marx, por intermédio de sua experiência da alienação do homem moderno, tem consciência de uma dimensão fundamental da história, a visão marxista é superior a todas as outras visões'. Desnecessário dizer que Masrx não vê a alienação como 'a alienação do homem moderno', mas como a alienação do homem na sociedade capitalista, e Marx não considerou a alienação como uma 'dimensão fundamental da história', mas como a questão central de uma determinada fase da história. A interpretação que Heidegger dá à concepção da alienação de Marx é, portanto, reveladora; mas não sobre Marx, e sim sobre a sua própria abordagem da questão, muito diferente da deste" (MÉSZÁROS, A Teoria da Alienação em Marx, Boitempo, p. 222-223).
Por isso gosto de Losurdo e de Mészáros - não se contentam com a vulgata da recepção, que faz ter sido dito o que nunca foi, que, ao sabor de sua conveniência, adoça o café como lhe agrada, e faz ser de alguém o que nunca foi, exceto os termos, mas não o sentido que eles tinham. Mészáros e Losurdo retornam aos termos, ao momento histórico e, impiedosamente, desmontam a "recepção" e denunciam a programática instrumentalização dos teóricos em processos de auto-empoderamento dos instrumentalizadores...
Bravo, Mészárós...
Eu voltarei para escola.
Espero que meu interlocutor mal-educado também.
Mas você, você é monstro...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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