À nossa volta, tudo é ilusão: o mundo não é o que se nos apresenta, mas, para nós, é tudo que teremos dele. Dor, alegria, paixão, tudo isso são efeitos circunstanciais, passageiros, ilusórios - verdadeiros apenas para essa singularidade do universo, o eu subjetivo/objetivo, que engendra a ilusão e vive nela. Mesmo esse eu é ilusão, é a emergência fortuita de um acaso bem sucedido...
Se dou um passo a mais, faço-me budista. E, todavia, não o dou: esse sujeito, essa ilusão, esse sujeito é ilusão apenas se olho para ele desde o mundo, desde o universo. Todavia, se olho para ele desde ele mesmo, aqui e agora, esse feixe de percepções e criação, não há nada de ilusório aí - há a vida.
Fortuita, que seja, passageira, que seja, antropológica, vá lá: mas é a vida. E isso sou eu.
Lembre-se que o fogo é uma ilusão dos sentidos...
Mas, por favor, não ponha a mão nele...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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