Le Clitoris, ce cher unconny, ou Clitóris, o prazer proibido, documentário de excepcional qualidade e utilidade sobre o órgão de prazer feminino - o clitóris.
Na verdade, é mais do que isso, porque, sem perder a especificidade da abordagem sobre o clitóris, avança para a discussão da própria sexualidade feminina e humana, do tratamento histórico que o tema recebeu - ou não recebeu, da invisibilidade programática a que a temática tem sido insistentemente submetida.
Penso que todo mundo deveria assistir ao vídeo. Penso que as Igrejas deveriam apresentar o vídeo. Muitos dos problemas espirituais que ali se manifestam seriam curados com duas ou três sessões de orgasmo. No fundo, a experiência sexual de nossa sociedade, na mídia e na prática cotidiana, é andrógina - há um império do pênis, da centralidade do pênis, o que traduz um machismo e uma presunção masculina. Mas, na verdade, o pênis é coadjuvante no processo - o orgasmo feminino prescinde dele - aliás, prescinde do próprio homem.
Talvez possamos dizer que ainda controlamos a sexualidade feminina, controlando a retórica, as imagens, os filmes, a mídia, os contos, o erotismo. É preciso esclarecer o tema, trazê-lo à sua real dimensão biológica.
Talvez também possamos dizer que, nesse campo, a desinformação programática seja um perfeito paralelo da desinformação programática na religião: sonega-se informação, desinforma-se, deforma-se, atrofia-se. Como os médicos, no século XIX, atrofiando a sexualidade feminina, os pastores atrofiam a autonomia humana, para adequarem os seres humanos a seu projeto político.
Assista, constranja-se e se cure.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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