Como, à época, era assim que os homens divinos deviam ser, aplicaram a Jesus uma série de elementos da mitologia dos deuses, produzindo, assim, uma mitologia cristã: nascimento virginal, ressurreição, ascensão aos céus (antes de resmungarem, melhor ler Justino Mártir, Diálogo com Trifão, Apologias I e II, tem em português, pela Paulus).
Compreensível.
Fico pensando se Jesus nascesse hoje e morresse, que elementos de nossa cultura seriam aplicados a ele, para fazer dele um homem divino.
Criaríamos a mitologia de que ele era bilionário? Ou que ele seria um irmão de Madre Teresa? Porque só tem sentido, hoje, ser muito rico ou muito pobre - o homem normal não existe, não tem valor, é um epifenômeno...
Diríamos que ele é um campeão olímpico? Porque, trabalhador médio, que sustenta mulher e filhos, é coisa nenhuma - que valor tem?
Diríamos que é um super-star, capa de todas as mega revistas do mundo? Porque, o homem anônimo, das ruas, quem é ele?
Mudaram os tempos: mas os homens comuns dos dias de Jesus continuam invisíveis - só nos interessam os magos, os xamãs, os mitos - a despeito da óbvia condição de fábula dessas personagens...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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