sexta-feira, 9 de agosto de 2013

(2013/827) A neurose da "Justiça" no Cristianismo como resultado de seu coito estatal


Os sapientíssimos teólogos, a defender os fundamentos da fé e, ao mesmo tempo, as aberrações político-éticas daí decorrentes, inventaram - malandros que só - que Deus não podia simplesmente perdoar, mas tinha que castigar o "pecador", porque, além de Amor, ele é Justiça...

[Pausa para olhar com olhos de "eu sei que você está enrolando, Anselmo"...]...

Talvez pudéssemos resolver isso com memória. O Cristianismo nasce religião e, só depois, vira Estado. Estado Romano. Estado Imperial. O Estado, sim, precisa da Justiça - a Religião, não. A religião devia contentar-se tão somente com o amor - e mandar a doutrina da Justiça para os quintais dos infernos.

Uma vez que nosso país é laico, Estado e Religião estão separados, devíamos deixar a Justiça com o rei. Conosco, apenas o Amor e o Perdão. Que Seu Barbosa julgue. Nós, não.

Assim, nós, cidadãos, entenderíamos que a sociedade precise aplicar a Justiça, mas, enquanto religiosos, operaríamos exclusivamente no diapasão do Amor. Não condenaríamos mais ninguém. Não acusaríamos mais ninguém. Tão somente receberíamos com compaixão e graça os que erram e sofrem - como o Cristo fez, sem ser Estado, mas, apenas, coração, com a mulher adúltura - "eu não te condeno".

Quer ver como a maioria de nós votará contra?





OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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