quarta-feira, 7 de agosto de 2013

(2013/803) Lamber as patas feridas - e voltar à praça


O Senhor Jimble é um cão lindo. Izabel Ribeiro o comprou por 300 dinheiros. Ia comprar um vermelho, lindo. Mas Jordão Ribeiro, que foi junto, apontou aquele com uma cabeça gigante, o mais ativo: Mãe, veja que cabeçorra - ele vai ficar enorme... Jimble veio para nós...

Bel é uma mãe impecável para ele. Para provocá-la, digo que ela cuida mais dele do que de mim (só pra ela fazer carinha de muxoxo). Bel o leva à praça e ele corre como uma criança, atrás da bola. Esfola as patas. Elas ficam vermelhas, quase feridas, às vezes, feridas mesmo, mas ele corre, não pára...

Em casa já, à noite, eu o vejo lamber a pata ferida. Olho para ele. Calmo, impávido, ele lambe a pata, que dói. Ele cura as feridas da praça...

No dia seguinte, outra vez, na mesma praça, lá vai ele, correndo, como se não houvesse feridas... 

Mas há. Olha lá o Senhor Jimble a lamber a pata sensível, de novo...

Acho que faço assim também.

Há dias que as patas ficam-me feridas. De noite, ao colo de Bel, lambo-as, como um cão que se cura...

No dia seguinte, a praça mal sabe das feridas das patas...

Que nome darei a essa equivalência entre Jimble e eu?










OSVALDO LUIZ RIBEIRO

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Sobre ombros de gigantes


 

Arquivos de Peroratio