O Senhor Jimble é um cão lindo. Izabel Ribeiro o comprou por 300 dinheiros. Ia comprar um vermelho, lindo. Mas Jordão Ribeiro, que foi junto, apontou aquele com uma cabeça gigante, o mais ativo: Mãe, veja que cabeçorra - ele vai ficar enorme... Jimble veio para nós...
Bel é uma mãe impecável para ele. Para provocá-la, digo que ela cuida mais dele do que de mim (só pra ela fazer carinha de muxoxo). Bel o leva à praça e ele corre como uma criança, atrás da bola. Esfola as patas. Elas ficam vermelhas, quase feridas, às vezes, feridas mesmo, mas ele corre, não pára...
Em casa já, à noite, eu o vejo lamber a pata ferida. Olho para ele. Calmo, impávido, ele lambe a pata, que dói. Ele cura as feridas da praça...
No dia seguinte, outra vez, na mesma praça, lá vai ele, correndo, como se não houvesse feridas...
Mas há. Olha lá o Senhor Jimble a lamber a pata sensível, de novo...
Acho que faço assim também.
Há dias que as patas ficam-me feridas. De noite, ao colo de Bel, lambo-as, como um cão que se cura...
No dia seguinte, a praça mal sabe das feridas das patas...
Que nome darei a essa equivalência entre Jimble e eu?
OSVALDO LUIZ RIBEIRO

Nenhum comentário:
Postar um comentário