A religião não sabe lidar com a realidade - não é ferramenta para isso. Se a religião disser "isso é isso", ela o diz no campo do mito. Sempre - todas e quaisquer religiões, mesmo aquelas que se dizem científicas. Eventualmente há, aí, um insight - e é dessa forma que se deve tratar a coisa - uma intuição. Diante disso, dar o tratamento adequado, crítico, investigativo, analítico. Jamais, a crença cega e obediente...
A religião deveria manter-se, apenas, em dois campos: político e estético: relações e valores, beleza e afetividade.
A religião deveria, definitivamente, abandonar sua neurose de achar que tem algo a dizer sobre a vida enquanto fenômeno, sobre o mundo enquanto fenômeno, sobre o homem, enquanto fenômeno. Não tem - não há volta: a ciência é a encarregada de nos dizer o que as coisas são...
Mas ainda há campo para a religião, de forma sempre auto-crítica e sem pavoneamentos revelatórios e eclesiásticos, tratar das relações humanas, das coisas éticas, morais, até, vá lá, da beleza e do belo, da afeição e dos sentimentos...
Não me incomodaria uma religião assim.
A de hoje, considero, na forma como participa da vida pública, crime de lesa-cidadania.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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