sexta-feira, 19 de julho de 2013

(2013/755) Uma evidência de que Maomé aprendeu de Jesus com cristãos que não acreditavam nele como Deus?


Pelo facebook, em privado, Márcia me manda um link. Eis a coisa.


Da euronews:
Tem 1500 anos e é uma das mais antigas bíblias do mundo. A descoberta foi feita na Turquia depois de a polícia ter desmantelado uma rede de venda ilegal de antiguidades em 2000. 
Desde então a bíblia, escrita em folhas de couro e que de acordo com os peritos é inteiramente original, foi mantida durante vários anos num cofre-forte de Ancara até ter sido entregue ao Museu Etnográfico de Ancara. A instituição deverá agora restaurá-la para em seguida ser exposta ao público. 
O documento, que está avaliado em perto de 20 milhões de euros, é inteiramente escrito em siríaco um dialeto do aramaico, língua que terá sido falada por Jesus Cristo. 
São muitas as vozes que afirmam que esta versão da bíblia é o controverso Evangelho de Barnabé, que contradiz o Novo Testamento e aproxima-se da visão de Jesus da religião islâmica. 
O Vaticano já pediu às autoridades turcas para analisar o documento.
Autoridades religiosas de Teerã insistem que o texto prova que Jesus nunca foi crucificado, não era o Filho de Deus, mas um profeta, e chama Paulo de “Enganador.” O livro também diz que Jesus ascendeu vivo ao céu, sem ter sido crucificado, e que Judas Iscariotes teria sido crucificado em seu lugar. Falaria ainda sobre o anúncio feito por Jesus da vinda do profeta Maomé, que fundaria o Islamismo 700 anos depois de Cristo. O texto prevê ainda a vinda do último messias islâmico, que ainda não aconteceu.
(...)

Minha opinião:
Sobre o Evangelho de Barnabé, é difícil chegar a uma conclusão. Especialistas consideram que pode ser uma "falsificação" muçulmana, já que, nele, Jesus não é apresentado como Deus. Dependemos, claro, da tradução da "Bíblia" encontrada - sem isso, tudo que dissermos é especulação.

Todavia, se for mesmo o Evangelho de Barnabé, trata-se de um achado valiosíssimo, porque os manuscritos que foram encontrados dele são muito tardios, século XVI. Se esse livro achado tem - mesmo - 1.500 anos, é da época do próprio Maomé...

A relevância da referência a Maomé decorre do fato de que Maomé, fundador do Islamismo, tem, de Jesus, a mesma opinião que o Evangelho de Barnabé - Jesus é um profeta, não é um deus. Uma vez que Maomé não crê em Jesus como Deus, e tem de ter aprendido a respeito de Jesus, afirma-se que aprendeu dos judeus, que não aceitavam Jesus como messias, muito menos, Deus.

Bem, eu acho que Maomé foi apresentado a Jesus por cristãos não-nicênicos - que não aceitavam que Jesus fosse Deus. Se esse Evangelho encontrado for mesmo o de Barnabé, e se for mesmo de data tão antiga, acho que estamos diante de evidência da existência de comunidades cristãs que não seguiam as cartilhas de Roma. E, de quebra, minha teoria de que Maomé aprende com cristãos ganha ares de plausibilidade...





OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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