A tese do desencantamento do mundo foi e é uma grande bobagem. Está, aí, diante da mania europeia de ver o mundo como reflexo dela mesma, mas, quanto à sua validade, não ultrapassou sequer o núcleo duro filosófico do continente. Mesmo as suas franjas permaneceram religiosas - nações inteiras guardam relações institucionais com a Igreja! Na Alemanha, o dízimo é descontado em contra-cheque! Se você sai da Eurpa, então, Deus nos livre!, é religiosidade na veia em todo canto, seja na América, em qualquer parte dela, seja na África, na Oceania, na Ásia...
Uma grande bobagem...
Hoje, essa bobagem é denunciada. Muita gente começa a falar que se trata, de fato, de uma bobagem.
Mas não se engane.
Há dois tipos de pessoas que denunciam que se trata de uma bobagem.
Um deles, apologista profissional-institucional da religião, fala com orgulho. Também os apologistas disfarçados, travestidos de academia, mas, no fundo, almas religiosas profissionais. Para eles, a bobagem era, de fato, um desejo que se frustrou, porque Deus... e lá vai a xaropada...
Outro grupo reconhece que se trata de uma bobagem, que a religião nunca esteve fora do mundo. Mas, ao contrário do grupo anterior, não vê nisso razão de alegria ou orgulho - é apenas um fato. Não se iludem com o fato de que por trás da manutenção das religiões esteja a ação de Deus, deuses ou pombas-giras.
Duas pessoas podem dizer a mesma coisa - mas estarem dizendo coisas completamente diferentes...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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