terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

(2013/140) Da "igreja taoísta" que "renasce" na China comunista


1. "A 'igreja' taoísta é a principal herdeira da antiga religião popular chinesa, que hoje, com centenas de templos, festeja seu renascimento na população campesina chinesa (75% dos 1,2 bilhão), que não se deixou impressionar pelos cinquenta anos de crítica comunista à religião" (Hans Küng, Religiões do Mundo, p. 127).

2. Hans Küng "gaba-se" de ter sido o primeiro teólogo ocidental a fazer conferências oficiais na China... Mas não parece ter assimilado bem o diálogo... Aproveita uma oportunidade para ironizar a "crítica comunista à religião". 

3. Não sou comunista - nem sei o que de fato sou, mas, cá entre nós, reduzir a crítica comunista à religião a um objeto de ironia rasteira é bastante pobre...

4. Pode-se até dizer que Marx não viu todos os lados da coisa - mas, de novo, cá entre nós, o que ele viu, viu, e está lá: a condição de ópio - incontornável - que a religião tem, seja para a alucinação acomodatícia ao poder, seja para a alucinação revolucionária: a religião é aquele processo em que o homem, para fazer-se alguma coisa, deixa de ser ele mesmo, conquanto julgue, aí, estar atrás de si...

5. Não, o comunismo não acabou nem acabará com a religião. Não se surpreendo. Surpreendo-me, todavia, com um teólogo "erudito" aproveitar-se de um instante para zombar de uma crítica honesta e profunda...

6. Quer dizer, não me surpreende, não, que parece ser próprio dos teólogos estar a serviço do mito, sempre, em qualquer pacote de instruções ou em qualquer formato político.





OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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