
1. Em Fuga da História?, Losurdo gasta algum tempo arriscando-se campo da história dos cristianismos originários. Digo arriscando-se, porque aquilo é uma caixa de pregos de todos os tamanhos... Seja como for, escolhe o dele...
2. Jesus teria estado de alguma forma ligado a projetos de restauração política de Israel, certamente não na mão de sacerdotes ou fariseus, mas por conta de algum modelo profético-popular revolucionário.
3. Mataram-no.
4. Quando Marcos vai ser escrito, logo após a destruição romana de Jerusalém, o projeto original é traído: o reino de Jesus não é (mais!) deste mundo, e os cristãos estão livres para pleitear, agora, a cidadania da nação assassina de seu messias...
5. A conferir.
6. Endosso, por hipótese de trabalho, a teoria. Vejo muitos indícios disso.
7. Losurdo, todavia, está mais interessado na esquerda do século XX e XXI do que na história daquele século de traição - mas foi lá apenas porque vê traição também no século de cá.
8. Losurdo entende que a esquerda, ou parte dela, trai os programas "originários", tanto quando os primeiros cristãos teriam traído o de seu messias: "o Jesus que surge da derrota da revolução nacional judaica proclama: 'meu reino não é desse mundo'. Levantando essa palavra de ordem estão hoje os 'comunistas', muito mais do que os cristãos" (p. 24).
9. Eu vejo parte dessa traição na Filosofia - se há historiadores que fugiram da história, há filósofos que fugiram do mundo...
10. É tanta traição que nos cerca que o risco é trairmo-nos a nós mesmos...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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