quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

(2013/077) Ias mesmo matar-me, meu pai?


_ Pai...

_ Meu filho, que é?

_ Ias me matar mesmo?

_ Por que não esqueces isso, meu filho?

_ Fecho os olhos e vejo o cutelo... Há um brilho pesado na lâmina... E sinto frio... Muito frio...

_ Procuras esquecer...

_ Mas ias?

_ Se fosse preciso...

_ Não foi...

_ Não, não foi.

_ Mas se fosse...

_ Sim.

_ Por quê?

_ Fé e obediência, meu filho...

_ Não me amas?

_ Claro quer amo...

_ Mas como podes me amar menos, a mim, que vês, do que a Deus, que não vês?

_ É o certo, meu filho - amar a Deus...

_ Mas te fazes mentiroso...

_ Por quê?

_ Porque quem diz amar a Deus, mas aborrece a seu irmão, é mentiroso. Quanto mais quem mata o próprio filho.

_ Era preciso...

_ Bem se vê, meu pai, que eras o homem certo para a obra. Eras, mesmo, o pai da fé...





OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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