terça-feira, 11 de dezembro de 2012

(2012/863) De tanto






De tanto


De tanto acreditar, perdi a fé
De tanto pão, morri de fome
De tanto desejar, exagerei
Exagerar foi minha lei

De tanto querer Deus, fiz o diabo
De tanto amor, perdi a guerra

De tanto vigiar, perdi a visão
Exagerar, sem dizer não

Exagerar no grão
Exagerar no pó
Exagerar na mão
Exagerar sem dó


De tanto acelerar, cheguei mais tarde
De tanto ar, não respirei
De tanto te prender, indiferença
Exagerar, minha doença.




OSVALDO LUIZ REIBEIRO

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